A manipulação do barro é um meio eficaz no processo de libertação; além de proporcionar lazer, ainda libera os movimentos, desenvolvendo a percepção.
A modelagem è um
dos meios de preparação para a expressão do pensamento, porque o movimento das
mãos, dos dedos, pouco a pouco se submete aos impulsos íntimos e estes ao
processo ideativo. O que a palavra não consegue exprimir, o movimento, a forma,
o volume, o gesto, trazem a linguagem viva do mundo interior, refletindo o
caráter, o temperamento, com fortes impressões da personalidade.
Essa atividade
permite a expressão dos problemas afetivos. Ao trabalhar com o barro se tem a
condição de dominá-lo, libertando assim as tensões, as fadigas e as depressões,
pois é um material vivo, de ação, calmante, disciplinador das ansiedades e
condutor do equilíbrio entre a ira e a euforia.
Amassar a terra
dar-lhe forma, são gestos primitivos que influem consideravelmente na
coordenação de todos os movimentos. Desenvolve a autoconfiança e o autodomínio.
Está comprovado
através de pesquisas que os princípios vitais do barro são agentes de
regeneração física do homem, tendo em vista as inúmeras qualidades nele
contidas.
Os elementos contidos no barro, como ferro, cálcio,
magnésio, alumínio, potássio, preenchem a carência do organismo humano,
entrando como fórmulas laxativas, cicatrizantes e curativas.
A argila age sobre
a circulação penetrando nos poros, inferindo nos capilares, absorvendo as
toxinas e neutralizando certos ácidos do corpo, deixando-o livre, desobstruído
para a receptividade de energia.
No caso de
debilidade física, ciáticas, reumatismos, artritismos, a argila e solicitada
pelas suas propriedades. È usada como refrescante nos casos de queimaduras,
febre e congestiones, pelas propriedades absorventes.
Certas correntes da
psicologia moderna aconselham a modelagem do barro como um processo que abre
caminho para a liberdade do espírito e da personalidade.
Fonte: Ana Maria Zem e Anna Thais Funk, do livro Cerâmica Arte da Terra